“...porque já a vinda do Senhor está próxima”
(v.8, ACF).
O que significa “está próxima”?
O que o lavrador faz em seu trabalho?
Ele espera pacientemente pelo fruto precioso e não se deixa desanimar. Ele
trabalha esperando esse fruto, ele vive para esse fruto, ele investe nesse
fruto.
A expressão “está próxima” dá a entender que
um acontecimento está por se realizar. Se o Arrebatamento não poderia ter
ocorrido já na época de Tiago, se ainda fosse necessário que se cumprissem
outros sinais, o Espírito Santo não teria inspirado as palavras de Tiago dessa
forma. A escolha das palavras mostra que o Espírito Santo está se referindo ao Arrebatamento. É verdade que a volta
visível de Jesus em glória será precedida por determinados sinais, mas Tiago
não fala sobre eles. Ele se dirige a “irmãos” (v.7), isto é, à Igreja, e fala
da volta do Senhor para a Igreja, a saber, do Arrebatamento.
“Eis que o juiz está à porta” (v.9, ACF).
O que significa dizer que Jesus está à porta como Juiz?
Quando um visitante anunciado já está diante
da nossa porta, não há mais nada que possa anteceder essa visita. O que esperar
além de que ele entre a qualquer momento? Quem ou o quê ainda teria espaço
entre ele e a porta? Depois do Pentecostes e da edificação da Igreja, o
Arrebatamento (e o tribunal do galardão logo depois dele) será o próximo evento
no Plano de Salvação. Por isso, com a volta de Jesus também o Juiz está diante
da porta.
Em 2 Coríntios 5 encontramos um paralelo claro
e uma explicação para isso. Primeiro, Paulo fala do Arrebatamento e o
exemplifica pelo ser revestido: “Pois,
na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por
querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, outorgando-nos o
penhor do Espírito... Porque importa que todos nós compareçamos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver
feito por meio do corpo” (v.4-5,10). Paulo fala de quatro
coisas essenciais:
1. “Não... ser despidos” = significa não ter de morrer;
2. “Mas revestidos...” = transformação no Arrebatamento. O que é mortal será “absorvido pela vida”.
3. Para isso recebemos o Espírito Santo como
penhor (sinal, garantia). Ele levará a Igreja ao céu no Arrebatamento – o
Pentecostes invertido (2 Ts 2.6-7).
4. Logo depois do Arrebatamento virá a
revelação diante do trono do julgamento do galardão de Cristo.
Você está esperando por Jesus? Você O espera
para qualquer momento? Você ainda O espera hoje? Uma das maiores negligências
da Igreja de Jesus é que essa atitude de expectativa foi abandonada.
Conseqüentemente, diminuiu também a importância dada às verdades bíblicas e à
santificação. Ouvi a respeito de um homem que vivia numa expectativa tão grande
a respeito da volta de Cristo que sempre acabava comendo a sobremesa antes da
refeição. Agir assim pode ser um exagero, mas por que não exagerar, se isso
serve de motivação?
2.
A postura interior dirigida para Sua volta
O exemplo que acabamos de mencionar é uma
imagem crassa, mas muito bonita da atitude interior que deveríamos assumir em
relação à volta do Senhor. Devemos amar a Sua vinda. O amor, porém, não suporta
nenhuma interferência. Há algum tempo, uma de minhas filhas disse durante um
jantar em nossa casa: “Já faz quatorze horas que não vejo meu marido, tomara
que ele chegue logo!” A volta de Jesus, junto com o conseqüente Arrebatamento
da Igreja, será o maior acontecimento histórico e político do futuro. Ele vai
superar qualquer evento natural, qualquer descoberta científica, simplesmente
tudo! Por isso, a Igreja deveria fazer de tudo para expressar a sua esperança
pela volta de Jesus. É justamente o que Deus aponta por meio de Tiago. Devemos
ter uma atitude interior de prontidão e expectativa. Devemos ser pacientes e
fortalecer os nossos corações: “Sede, pois, irmãos,
pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o
precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós
também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está
próxima” (Tg 5.7-8). A ênfase dessa parábola
está na expressão de paciência e no fortalecimento do coração na esperança pela
volta de Jesus.
O que o lavrador faz em seu trabalho? Ele
espera pacientemente pelo fruto precioso e não se deixa desanimar. Ele trabalha
esperando esse fruto, ele vive para esse fruto, ele investe nesse fruto. Ele
sabe do trabalho duro, que virão mau tempo, ervas daninhas, secas e estiagens,
e ainda assim espera somente pelo fruto. Essa imagem é usada em vista da nossa
atitude de expectativa pela volta de Jesus. Devemos superar todas as
dificuldades, todas as provações – “mau tempo”, “ervas daninhas” – até mesmo a
perseguição, tendo em vista a volta do Senhor. Precisamos olhar por cima de
todas as coisas e ver somente Jesus e Sua volta. Paciência significa que o
Senhor não tem de voltar hoje, mas que Ele pode e, com certeza, vai voltar a qualquer momento! A espera
pela volta de Jesus é um “fruto precioso” (valioso). Não há nada de exagerado
ou fanático nisso, pois se trata de algo precioso.
Paciência (persistência) gera firmeza e estabilidade
interiores: “Sede vós também
pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima”
(v.8). O que é uma boa base
para a estabilidade interior, para superar e persistir, para fortalecer e
consolar? A certeza da volta de Jesus. No trecho sobre o Arrebatamento em 1
Tessalonicenses 4, a
Bíblia afirma algo parecido com o que Tiago diz: “Consolai-vos, pois, uns aos outros
com estas palavras” (v.18).(continua)
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