“O que devo fazer? Não
agüento mais!” Há algum tempo, a representante da fundação suíçaPro Juventude disse em um programa de rádio que essa
questão é uma das que mais preocupa os jovens.
A pergunta “O que devo fazer?” é tão antiga quanto o próprio
pensamento. O famoso filósofo Immanuel Kant já apresentava questionamentos
semelhantes por volta de 1770: “O que posso saber? O que devo fazer? O que
posso esperar? O que é o homem?”.
O homem pode procurar em muitos lugares, mas não terminará sua
busca enquanto não recorrer à Bíblia. Só ela pode nos dar uma resposta
conclusiva sobre o que devemos fazer e para que existimos.
Certa vez perguntou-se ao Senhor Jesus: “Que
faremos para realizar as obras de Deus?” (Jo 6.28), ao que Ele respondeu: “A
obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (v.29).
A maior desgraça do ser humano é não crer em Jesus. Não há
negligência maior! Em comparação, todas as outras experiências negativas são
meros grãozinhos de areia. Quem está caído num buraco escuro estará disposto a
fazer qualquer coisa para sair dele. Mesmo ao enfrentar males menores nos
dispomos a enfrentar riscos maiores apenas para melhorar nossa reputação. Mas a
solução do problema original de nossa vida é a fé em Jesus Cristo.
No dia de Pentecostes os judeus perceberam que não estavam
realmente bem, apesar de seguirem todos os preceitos da lei. Devido à pregação
cristocêntrica de Pedro aconteceu o seguinte: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o
coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At
2.37). A resposta
de Pedro foi a única correta: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo” (v.38). O
resultado não deixou de aparecer: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram
batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (v.41).
Saulo de Tarso era um homem que odiava Jesus e Sua Igreja de
todo o seu coração. Transtornado pela ira, ele fazia de tudo para destruir a
Igreja dos cristãos. Mas um dia o Senhor o encontrou. Vencido por esse
acontecimento sobrenatural, Saulo fez a pergunta decisiva: “Senhor,
que queres que faça?” (At 9.6, RC). O Senhor perdoou os pecados de Saulo e
escolheu-o como apóstolo das nações. Além disso, ele recebeu um novo nome:
Paulo.
O carcereiro de Filipos tinha a tarefa de vigiar dois
prisioneiros com especial cuidado: o apóstolo Paulo e seu companheiro Silas.
Esse guarda durão estava acostumado a muitas coisas. Ele cumpria sua tarefa
seguindo regras rígidas, mas isso não lhe trazia satisfação. Ele teve tempo
para observar Paulo e Silas. Assim, percebeu que eles não se queixavam da sua
desgraça, mas começaram a cantar, sim, a louvar a Deus. De repente um terremoto
abalou a prisão, de forma que as portas se abriram e as cadeias de todos os
prisioneiros se romperam (At 16.26). O carcereiro acordou do seu sono, percebeu
sua situação comprometedora e quis matar-se com sua espada (v.27). Talvez ele
já estivesse questionando sua vida há muito tempo, sentindo-se frustrado por
aquilo que havia dentro e em volta dele. Paulo percebeu isso e consolou-o.
Depois disso o homem fez a pergunta decisiva: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At
16.30). Paulo
respondeu sem hesitar: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”
(v.31). A fé
nessa mensagem revolucionou a vida do carcereiro – ele tornou-se um novo homem
no mais verdadeiro sentido da palavra: “Naquela mesma hora da noite, cuidando deles,
lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus.
Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os
seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (v. 33-34).
Vamos analisar com mais atenção as perguntas do filósofo
Immanuel Kant, mencionadas no início:
O que posso saber? Você pode saber que Jesus é a esperança para a
vida de todos. Para Ele não há casos perdidos. Você também pode saber que Ele
tem poder para perdoar os pecados e dar não somente vida nova, mas vida eterna.
Você pode saber que Jesus oferece um tipo de segurança que não acaba amanhã nem
depois de amanhã. A vida espiritual do apóstolo Paulo começou com a pergunta: “Quem
és tu, Senhor?... Senhor, que queres que faça?” (At 9.5-6). Pouco antes de sua morte, já idoso,
ele pôde testemunhar:“...porque sei em
quem tenho crido...” (2 Tm 1.12).
O que devo fazer? Os exemplos citados anteriormente mostram que é preciso
decidir-se por Jesus, pois “a obra de Deus é esta: que creiais naquele que por
ele foi enviado” (Jo 6.29). As
pessoas que tinham escutado a pregação de Pedro no Pentecostes aceitaram a
Palavra de Deus de boa vontade. O carcereiro de Filipos ficou feliz por ter se
tornado crente junto com toda a sua casa – esse foi um ato de decisão
consciente. Ele se colocou à disposição do Senhor.
O que você deve fazer? Aceite o convite de Deus feito por meio
do Seu profeta: “Buscai-me e vivei” (Am 5.4).
O que posso esperar? Quem realmente procura Deus vai encontrá-lO, obterá perdão
dos pecados e viverá! Tal pessoa pode ter a esperança de que o Senhor nunca
mais a abandonará e a conduzirá até a eternidade. Em Jesus, os fardos são
aliviados, a esperança nasce, orações são atendidas e as dificuldades
existentes são transpostas. Não dependemos mais de nós mesmos: Jesus está
conosco!
O que é o homem? Sem Jesus ele é uma vítima indefesa de Satanás e do
pecado. Mas com e por meio de Jesus o homem ganha uma nova posição: ele se
torna filho de Deus, co-herdeiro de Jesus e, assim, herdeiro do Pai celeste.
Então vale o seguinte: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura;
as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).
(Norbert Lieth