O calvário Ultima Parte.
4 – Quando o Senhor Jesus
Cristo deu o Seu grito abalador?. À hora nona (às três horas da tarde): "À hora nona clamou Jesus em
alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por
que me desamparaste?" (Mc 15.34). E
quando foram enviados mais trabalhadores para a vinha, isto é, chamados ainda
mais pessoas para a posteridade no reino dos céus? À hora nona (às três horas
da tarde): "Tendo saído
outra vez perto da hora... nona, procedeu da mesma forma" (Mt 20.5).
5 – Quando Jesus Cristo
foi sepultado? Antes do anoitecer no dia anterior ao sábado (aproximadamente às
cinco horas da tarde): "Ao
cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, vindo
José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de
Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus... Este,
baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara, e o depositou
em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada
do túmulo" (Mc 15.42-43,46). E
exatamente ao mesmo tempo, às dezessete horas, à hora undécima, na parábola
foram novamente enviados trabalhadores para a vinha, ou seja, chamadas outras
pessoas à posteridade no reino dos céus: "...e,
saindo por volta da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados, e
perguntou-lhes: Por que estivestes aqui desocupados o dia todo?
Responderam-lhe: Porque ninguém nos contratou. Então lhes disse ele: Ide também
vós para a vinha" (Mt 20.6-7).
Essa comparação alegórica entre a morte de Jesus e a parábola
dos trabalhadores na vinha nos mostra como através dos sofrimentos de Jesus na
cruz, que ficavam cada vez mais intensos, a redenção se aproximava cada vez
mais. Quanto mais se agravava Seu caminho de morte, mais resplandecia a verdade
de que assim estava sendo preparado o caminho ao reino dos céus para a
Humanidade.
Resumindo: cedo pela manhã começou o caminho da cruz de Jesus –
e de madrugada vieram os primeiros trabalhadores para a vinha do dono da casa.
À terceira hora (9 horas) Jesus foi crucificado – e à terceira hora foram
chamados os trabalhadores seguintes para a vinha. À hora sexta (12 horas) se
abateram as trevas sobre toda a terra – e à hora sexta foram chamados mais
trabalhadores. À hora nona (15 horas) Jesus gritou Seu abalador "Por
quê?" – e exatamente nessa hora foram novamente chamados trabalhadores na
parábola. E à undécima hora (17 horas) Jesus Cristo foi sepultado; na parábola
dos trabalhadores na vinha na mesma hora foram chamados mais uma vez
trabalhadores. Aqui vemos claramente o que o profeta Isaías profetizou: "Ele verá o fruto do penoso
trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu
conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre
si" (Is 53.11).
Ao vermos tudo isso novamente hoje – essa maravilhosa obra do
Calvário com seus grandiosos efeitos –, impõe-se a pergunta: o Senhor Jesus fez
tanto por nós – mas o que podemos fazer por Ele?
O que podemos Lhe dar?
Oh! na verdade, nada! Pois conhecemos a nós mesmos e sabemos
quão rapidamente novos propósitos e promessas são esquecidos. Apesar disso,
devemos dar uma resposta ao Senhor! Talvez um acontecimento da vida de Pedro
possa nos ajudar nesse sentido. Em certa ocasião, ele estava em Jope, na casa
de um curtidor chamado Simão. Seu lugar de oração era sobre o eirado (terraço)
da casa. Lemos em Atos 10.9: "No
dia seguinte..., subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta". Se bem que esse texto na verdade não
tem nada a ver com o Calvário, interessam as palavras "por volta da hora
sexta". Portanto, Pedro
subiu ao eirado ao meio-dia (12 horas) para orar. E quando começaram as três
piores horas para o Senhor Jesus na cruz? Igualmente à hora sexta: "Chegada a hora sexta, houve
trevas sobre toda a terra, até a hora nona" (Mc 15.33). É comovente o fato de que Pedro –
consciente ou inconscientemente – tenha feito da pior hora de seu Senhor na
cruz sua hora de oração diária! Pois podemos supor que não se tratou de uma
oração única, ao acaso, mas de um costume regular. Como quer que seja, de
qualquer modo, Pedro estava orando ao Seu Senhor na hora em que Jesus tinha passado
pelos maiores tormentos na cruz. A pergunta é: o que podemos fazer pelo nosso
Senhor Jesus; o que podemos Lhe dar? – na verdade, a minha e a sua resposta
deveria ser bem clara: recomeçar uma vida de oração intensiva, baseando-nos a
partir de agora conscientemente na morte de nosso Redentor! Em outras palavras:
nunca mais oremos sem antes pensar porque podemos orar; sem que tenhamos completa
clareza de porque temos o privilégio de orar; e sem estarmos plenamente
convictos de que temos que orar! Pois: Jesus Cristo nos deu –
através de Seus sofrimentos inomináveis e de Sua morte na cruz – a filiação pela
qual podemos exclamar em oração: "Aba, Pai!" Sim, é o que está
escrito: "E, porque vós
sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que
clama: Aba, Pai" (Gl 4.6). Amém.
(Marcel
Malgo