quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Demonstrando Misericórdia

Demonstrando Misericórdia

“…Bem aventurado os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia…”

Bom aqui estou eu novamente para propor um tema que julgo de suma importancia para nosso dia a dia, quero compartilhar com vocês algo que li há alguns dias atrás e me fascinou.


Bem exercer misericórdia não é algo muito fácil, pois sempre estamos esperando que alguém tenha por nós, mais e quando é para que nós tenhamos a misericórdia por alguém? Me parece que ela está atrelada ao perdão, e justificação de culpabilidade não é mesmo?

Pois bem, no clássico de Victor Hugo, “LES MISERABLES” (os Miseráveis) Jean Valjean, recentemente liberto da prisão, é incapaz de encontrar alimento ou abrigo por causa da desconfiança e o ódio das pessoas. Finalmente, ele bate à porta de um bondoso bispo.

Meu nome é Jean Valjean, sou um prisioneiro em liberdade condicional. Já cumpri dezenove anos na prisão. Fui liberado a quatro dias… estou pronto a pagar, não me importa quanto, pois tenho dinheiro. Encontro-me cansado, pois andei doze léguas (72 quilômetros) a pé e estou faminto. O senhor pode me hospedar…”?

O Bispo chama a “MADAME MAGLIORE” e diz: “…por favor prepare outro lugar a mesa…”

Porem, depois da grande bondade daquele bispo, Valjean roubou toda a prataria do bispo durante a noite e escapa pela janela.

Quando a policia francesa faz uma investigação de rotina sobre Valjean, descobre a prata e arrasta-o de volta à catedral, onde o bom Bispo o saúda entusiasticamente: “…Eis ai voce, estou muito feliz em lhe ver. Você se esqueceu que eu também lhe havia dados os castiçais? Eles são de prata como todo o resto e valem ao menos uns duzentos francos…”

O Bispo dispensa os policiais atônitos, coloca os castiçais na sacola de Valjean, e diz calmamente: “…Não se esqueça que você prometeu que utilizaria este dinheiro para se tornar um homem honesto…”

Depois de vinte e quatro horas, Valjean encontra-se, ajoelhado, convertido não só ao cristianismo como a um estilo de vida honesto.

A misericórdia, tal demonstrada pelo bispo de Victor Hugo, tem grande poder sobre a vida das pessoas. Como muitas das outras atitudes e qualidades que Cristo ordenou nas bem-aventuranças tais como: Mansidão; Pobreza espiritual; Pureza de coração.

A misericórdia ela é enganosa; ela freqüentemente é interpretada como fraqueza, em vez de força, mais é preciso ser muito forte para ser misericordioso. Apesar disto, ela é incapaz de transformar vidas.

John Stott define a misericórdia como: “COMPAIXÃO PELAS PESSOAS EM NECESSIDADE”. The Expositor’s Bible Commentary, ele explica que misericórdia engloba tanto o perdão para os culpados como a compaixão pelos que sofrem e passam necessidades. Em sua exposição sobre o SERMÃO DA MONTANHA, James Montgomery Boice escreve: “…Misericórdia é o amor que se estende para ajudar os desamparados que precisam de salvação. A misericórdia identifica-se com os miseráveis em sua miséria…”

Eu gosto de dividir a palavra Misericórdia em duas partes: MISERI que me lembra Miséria ou despojamento, ou ainda, esvaziamento e nada; e CÓRDIA: que me lembra cárdia, coração, portanto misericórdia para mim é antes de mais nada a miséria do coração, é necessário um coração miserável, no sentido de não possuir avareza, ganância, lascívia e tantos males que trazem prejuízos ao ser humano para que o homem verdadeiramente possa amar o seu próximo, é impossível cumprir as Sagradas Letras que diz: “…amaras o seu próximo como a se mesmo…” se o seu coração não estiver miseravelmente vazio para as paixões deste mundo, nossos corações devem sim estar cheios, porem de alegria, amor e principalmente compaixão para com o próximo.

A misericórdia é um atributo tanto real como divino, como Shakespeare nos mostra em “ O MERCADO DE VENEZA”
“…A qualidade da misericórdia não é forçada;
Ela cai do céu como chuva suave
Sobre o local abaixo dela. É duplamente abençoada:
Abençoa ao que dá e ao que recebe.
É a força maior dos mais fortes.
Faz do monarca entronado melhor que sua coroa.
É um atributo do próprio Deus,
E o poder terreno mostra-se parecido ao do Todo-Poderoso, quando amisericordia tempera a justiça. Portanto…
Ainda que a justiça seja o teu pleito, considera isto:
No curso da justiça nenhum de nós
Deveria ver salvação. Rogamos por misericórdia,
E o mesmo rogo ensina-nos a todos que rendamos
A atos de misericórdia…”

Para o cristão, a misericórdia não deve ser uma opção – é uma necessidade e obrigação: contamos com a misericórdia de Deus, como Shakespeare mostrou-nos, para a nossa salvação. Devemos ser misericordiosos como é misericordioso nosso Pai. Se quisermos receber misericórdia devemos estar dispostos a dá-la. E, diz-se que Deus não deseja que sigamos regras e leis farisaicas, mais, ao invés, quer misericórdia, justiça e humilde comunhão com Ele.

“…Bem aventurados os misericordiosos…” na verdade.

Minha esperança é que você seja convencido a ser misericordioso e que exerça este importante ato a começar comigo; pois nossos corações devem estar cheios de misericórdia se quisermos agradar ao Deus misericordioso.

Deus os abençoe ricamente



 Pr. Dr. Wagner Teruel

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