Três passos para A SANTIDADE
“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência
à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração,
uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é
permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da
erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece
eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada. Despojando-vos, portanto,
de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de
maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno
leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação,
se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso. Chegando-vos para
ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa
espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. Pois isso está na
Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem
nela crer não será, de modo algum, envergonhado. Para vós outros, portanto, os
que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, a pedra que os
construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de
tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo
desobedientes, para o que também foram postos. Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de
Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes
misericórdia” (1 Pedro 1.22-2.10).
Muitos
crentes hoje adoram cantar corinhos de louvor sobre santidade, mas a maioria
não tem a mínima idéia de como obter a santidade sobre a qual cantam. Nossas
igrejas experimentam uma grande incoerência entre o sentimento e a realidade,
entre a emoção de domingo e o comportamento durante a semana. Como alguém se
torna santo?
Escrevendo
aos crentes que passavam por severos testes de sua fé, o apóstolo Pedro exortou
os cristãos à santidade como um meio apropriado para suportar suas provas. Em
vez de deixar uma recomendação fácil, ele instou: “Segundo
é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o
vosso procedimento” (1 Pe 1.15). Você
pode perguntar: como alguém realiza isso? Em 1 Pedro 1.22-2.10, o apóstolo dá
as explicações.
Amar Intensamente
(1 Pe 1.22-25)
Pedro não
iniciou com a razão. Em vez disso, ele começou com o coração: “Amai-vos,
de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22). Amar significa colocar o bem-estar de
alguém acima do seu. Há muitos anos, quando meus filhos eram pequenos, eles
encontraram dois gatinhos sarnentos perdidos na vizinhança. Minha mãe, que
estava nos visitando, detestava gatos. Apesar disso, seu amor por seus netos a
impeliu a ajudá-los a dar mamadeira aos gatinhos, para que recuperassem a
saúde. Fiquei impressionado com o gesto de amor.
“Tendo purificado a vossa alma, pela
vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido,
amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22).
Deus é
santo e completamente único em Sua habilidade e inclinação a amar:“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (Jo 3.16). Os
filhos de Deus tornam-se santos, separados para Ele, quando seguem Seus passos
e amam aos outros.
Ardentemente indica a natureza zelosa de amar como Deus ama. Esse mesmo
advérbio, traduzido como “intensamente” em Lucas 22.44, demonstra a intensidade
envolvida: “E, estando em agonia, orava mais intensamente. E
aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra”.
Existem
três razões para amar ardentemente. Primeiro, porque é assim que Deus ama.
Segundo, porque esses crentes haviam feito um compromisso: “tendo
purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor
fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe
1.22). Como eles já
haviam abandonado o egoísmo, Pedro os instigou a praticarem aquele compromisso.
Terceiro, porque foi para isso que eles haviam nascido: “Pois
fostes regenerados não de semente corruptível (perecível), mas da incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é
permanente” (1 Pe 1.23). Poderíamos
dizer que nascemos (de novo) para amar. Não devemos mais viver na velha
natureza, mas na nova, que é nascida em Deus e moldada segundo o próprio Jesus.
Amar fervorosamente uns aos outros manifestará quem realmente somos. Aqueles
que nasceram de semente imperecível devem manifestar um amor imperecível.
Por que
Pedro começou falando sobre o amor? Porque o amor é o que deve mover as
relações. O conhecimento sem amor produz a arrogância (1 Co 8.1). A obediência
sempre pavimenta o caminho para a instrução. O amor deve preceder o aprendizado
para que cresçamos em
santidade. O exercício é espiritual, em vez de acadêmico, o
que pode explicar porque há tanta imaturidade em nossas igrejas, apesar da
abundância de ensino bíblico e materiais para estudo bíblico. A maturidade
depende não somente de aprendizado, mas de amor.
Aprender Avidamente
(1 Pe 2.1-3)
Em seguida,
Pedro disse aos seus leitores para que aprendessem avidamente: “Despojando-vos,
portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de
maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno
leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”
(1 Pe 2.1-2).
“Despojando-vos, portanto, de toda
maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências,
desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual,
para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe 2.1-2).
Nada produz
mais fome do que o trabalho pesado. Amar ativamente nossos irmãos deve produzir
fome por ensino adicional. Porém, por que Pedro teria que ordenar este desejo
pela Palavra? Aparentemente alguns procuram respostas em outros lugares para o
sofrimento envolvido em amar seus irmãos. Talvez, alguns procuram em psicologia
humana, manipulação interpessoal ou idéias mundanas de autopreservação.
Entretanto,
as Escrituras nos dizem para confiarmos em nosso alimento natural. Aqui, a
imagem de uma mãe amamentando é forte. O leite materno é para uma criança o que
a Palavra de Deus é para um crente. Todos percebem quando há um bebê faminto.
Sem malícia, engano ou hipocrisia. Nascemos de novo da Palavra de Deus (uma semente
imperecível), e devemos desejar o leite da Palavra. Devemos ser como os
recém-nascidos.
Esse desejo
deve substituir as atitudes erradas. Sem dúvida, alguns responderam
inapropriadamente ao desafio de amar aos outros. A expressão despojando é sempre usada no Novo Testamento para
a substituição de algumas atitudes. A maldade e
o dolo lembram
que o desejo mau e o engano havia penetrado nos relacionamentos interpessoais
entre irmãos. A hipocrisia e a inveja indicam
a presença do ciúme e a falta da transparência. A palavra maledicências mostra que esses sentimentos foram
revelados publicamente, como em uma típica família em que o amor é forçado até
o ponto de ruptura.
Pedro
ordenou esse desejo pela Palavra, porque o anseio por uma dieta saudável deve
ser cultivado. Deixando todo comportamento maldoso, podemos, então, consumir a
Palavra de Deus – nosso alimento natural – como o leite em um lar cheio de
crianças.
Nosso
apetite pela Palavra de Deus deve ser cultivado. Os crentes que experimentaram
e viram que o Senhor é bom não devem permitir que comidas prejudiciais destruam
seu desejo por alimentação verdadeira. Se você perdeu seu apetite pela Palavra
de Deus, recultive-o lendo sua Bíblia regularmente. A obediência (amar
ardentemente) e a fome espiritual (aprender avidamente) produzem santidade.
Trabalhar Entusiasticamente
(1 Pe 2.4-10)
O terceiro
passo em direção à santidade é o exercício: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive... também
vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1 Pe
2.4-5). O contexto
sugere uma ordem suave. Alguns lêem a expressão sois
edificados como
“deixem-se ser edificados”, enquanto outros invertem o significado como
“edifiquem a si mesmos”. Claramente, essa edificação é resultado dos crentes
“chegarem-se para Ele”. Portanto, devemos estar disponíveis para o serviço,
como participantes do sacerdócio real que Jesus está edificando.
O terceiro passo em direção à santidade
é o exercício: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive... também vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1 Pe 2.4-5).
A Lei de
Moisés estabeleceu o sacerdócio levítico para servir à nação de Israel em uma
casa física (o Templo). O novo princípio identifica cada crente como um
sacerdote em uma casa espiritual. Porém, esse “sacerdócio de crentes” não
significa que somos sacerdotes em isolamento. Cada crente é uma “pedra viva” em uma
“casa viva”, que é um sacerdócio santo. Devemos trabalhar entusiasticamente,
porque a integridade da casa depende de cada pedra.
A casa viva
desse plano é a Igreja. Israel falhou temporariamente no que se refere à vinda
de seu Messias pela primeira vez. Então, até que Ele retorne, Jesus é a pedra
angular de uma casa espiritual – Sua Igreja – que Ele disse que edificaria (Mt
16.18).
Esse templo
vivo e santo é o meio pelo qual Deus glorifica a Si mesmo neste mundo, até o
dia em que Ele
reconstruirá o Templo de Israel para o Reino do Messias. Todos os crentes
genuínos, tanto judeus quanto gentios, devem trabalhar juntos para oferecer “sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).
Esse
caminho para a santidade é essencial, portanto, para a Igreja, porque essa
“geração escolhida” temporária, chamada também por Pedro de “raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus”, tem o propósito de proclamar “as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe
2.9).
Até que os
ramos naturais (o povo judeu) sejam enxertados na sua própria oliveira (Rm
11.24), os ramos da oliveira brava (gentios) devem viver e trabalhar juntos de
um modo que reflita a glória e a santidade de Deus ao mundo. Portanto, não
deixe que suas provações o distraiam no caminho para a santidade. (Richard
D.
Um comentário:
Bom artigo Pr. Anísio. Faz tempo que não visito sua página. Parabéns e saudades...
Pr. Adan Gabriel
Postar um comentário