3. O efeito prático em vista da Sua volta
Qualquer postura interior também tem um efeito
prático. O americano Mark Hitchcock já escreveu 15 livros, todos dedicados ao
tema da profecia bíblica. Sobre o Arrebatamento ele escreve: “Esse ensino é tão
poderoso que nunca mais pude me desligar dele. Penso nele quase todos os dias.
Ele impactou maciçamente a minha vida... e me influencia ainda hoje”.[1]
Quais são os efeitos práticos?
Abandonar a ira
“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para
não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas” (Tg 5.9). A Almeida Corrigida Fiel diz: “Irmãos, não vos queixeis uns
contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta”.
Essa afirmação é interessante em vista da
volta de Jesus, não é mesmo? Não são mencionados os pecados “graves”, como
mentira, ocultismo, luxúria, imoralidade ou roubo. Tiago enfatiza que não
devemos dar lugar à insatisfação irada a respeito de nossos irmãos na fé. Não
devemos nos queixar, nem mesmo suspirar por causa deles. Por que justamente
esse alerta? Porque a ira custa muita energia, ela absorve e consome
totalmente. Ela divide, distrai-nos do que é essencial e torna-nos incapazes de
fazer aquilo que realmente dá frutos. “Quem
somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca
segará” (Ec 11.4).
É interessante que o texto não apresenta
nenhum motivo para os lamentos, pois os murmúrios negativos são, por si só,
errados. Quando nos irritamos com alguém que espiritualmente é nosso irmão ou
irmã, a discussão sobre quem tem razão perde qualquer valor. A ira é, por
princípio, errada e carnal. Paulo escreve: “E
não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em
Cristo, vos perdoou” (Ef 4.30-32).
John Wesley disse certa vez: “Muitas vezes me
arrependi de ter julgado com muita dureza, mas raramente de ter sido
misericordioso demais”. É bem possível nos irritarmos muito com outra pessoa,
resmungar sobre ela, fazer insinuações a respeito da insatisfação ou até mesmo
provocar uma forte discussão. Mas muitas vezes é a própria insatisfação, a
falta da influência do Espírito Santo em nossa própria vida que se revela em
críticas e implicâncias. Nesse texto a Bíblia não fala a respeito de quem tem
razão ou não, apenas diz: “...não
vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados”. Irmãos que se acusam mutuamente estão
igualmente sob o julgamento de Deus.*
“...o juiz está às portas!”. O Juiz que está diante da porta terá a última palavra. Ele
determinará a sentença. Em vez de nos consumirmos uns aos outros, deveríamos
usar nossas forças para trabalhar nos campos no Senhor, na expectativa da Sua
volta. Também devemos levar em conta que cada um tem seu próprio campo, onde
foi colocado e pelo qual é responsável. Não devemos invadir o campo alheio com
intenções negativas, mas cuidar para que o nosso próprio campo seja devidamente
lavrado.
Suportar sofrimento
“Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na
paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. Eis que temos por
felizes os que perseveraram firmes” (Tg 5.10-11).
Hoje elogiamos profetas sofredores, como
Isaías, Jeremias ou Daniel. Chamamo-los de bem-aventurados.
• De acordo com a tradição, Isaías foi serrado
ao meio por ordem de Manassés.
• Jeremias provavelmente foi apedrejado por
seus conterrâneos.
• Daniel foi jogado em uma cova de leões, mas
Deus o guardou.
Nestes tempos duros e desagradáveis é preciso
persistir. Trata-se de não desistir, mas de continuar, continuar a crer, a orar
e a confiar. Trata-se de cumprir a incumbência recebida a despeito das
dificuldades. Você está a ponto de desistir, de resignar e de largar tudo? Por
meio desse trecho da carta de Tiago Deus quer encorajar a você e a mim a não
fazer isso.
Olhar para o fim
“Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que
fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e
compassivo” (Tg 5.11).
A sua e a minha vida têm um alvo. É esse alvo que importa. Não
vamos nos deixar obscurecer por impaciência, murmúrios ou fugas.
Sabemos que Jó tinha suas fraquezas, falhas e
queixas. Mas ele permaneceu firme na fé. Perdas familiares e materiais,
torturas de todo tipo, ataques de Satanás, doença, críticas, isolamento, tudo
isso pesou muito sobre Jó. Mas também vemos o fim que o Senhor tinha preparado
para ele. Somente o fim conta, somente o alvo. A palavra grega usada aqui para
fim é “telos”, que significa alvo. No fim Jó ganhou mais do que tinha perdido.
Sua história foi eternizada na Bíblia e serve de bênção para milhões de pessoas
em todos os continentes. A sua e a minha vida têm um alvo. É esse alvo que
importa. Não vamos nos deixar obscurecer por impaciência, murmúrios ou fugas.
O sofrimento de Jó também nos mostra não um
Deus cruel, mas Sua compaixão e misericórdia. Deus não abandonou a Jó. Ele
transformou tudo em bem e demonstrou Sua compaixão e misericórdia. Quando
chegarmos ao objetivo das nossas vidas também reconheceremos que foi a
compaixão de Deus que nos levou até lá. Por isso, vamos persistir até que Ele
volte! Então só nos restará admiração!
(continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário